Psicólogo Renan Pimenta

Como atravessar angústias?

21 janeiro, 2025

Que atire a primeira pedra quem nunca sentiu angústia. Um vazio incômodo, um aperto no peito que parece não ter fim. Um sentimento que nos acompanha inevitavelmente ao longo da vida.

O que é a angústia?

Quando sentimos angústia, nossa primeira reação é tentar anestesiar, adormecer ou preencher esse "buraco". Procuramos distrações, respostas rápidas ou atalhos emocionais para evitar o desconforto.

Mas a verdade é que a angústia é parte intrínseca da experiência humana. Ela é tão inerente à nossa natureza que qualquer tentativa de suprimi-la ou ignorá-la está fadada ao fracasso.

O que a angústia revela?

Como psicoterapeuta, preciso te dizer que a angústia revela uma verdade mascarada no seu subconsciente. Um desejo, uma vontade oposta àquele sentimento. Por isso, no processo terapêutico, é preciso fazer as pazes, literalmente criar uma relação de paz com a angústia. 

Como diria o psicanalista Jacques Lacan: "A angústia é o afeto que não mente."

Essa frase nos lembra que, toda vez que a angústia aparece, ela carrega uma verdade sobre um desejo profundo que está enraizado dentro de nós. A angústia, por mais desconfortável que seja, pode ser vista como uma ponte para o autoconhecimento.

Sustentando a angústia para encontrar a verdade

Fazer as pazes com a angústia não é um processo simples. Requer coragem para sustentar esse sentimento e disposição para investigar suas origens. Essa jornada envolve:

  • Aceitação: Reconhecer a angústia como uma parte natural da experiência humana.

  • Autoconhecimento: Buscar a raiz desse sentimento, compreendendo os desejos e as verdades que ele revela.

  • Terapia: Contar com o apoio de um psicoterapeuta qualificado para elaborar suas dores e encontrar novas perspectivas.

A jornada do autoconhecimento

Embora possa parecer simples quando explicado em um texto ou vídeo curto, viver esse processo é um desafio que exige dedicação e paciência. Sessão a sessão, a terapia ajuda você a enfrentar e compreender suas angústias de maneira construtiva.

Se você ainda não encontrou um psicoterapeuta, quero dizer que estou à disposição para acompanhá-lo nessa jornada. Não deixe para depois! Elaborar suas dores é uma etapa essencial para construir uma vida mais plena e significativa.

Lembre-se: a angústia é um convite ao autoconhecimento. Aceite o desafio e permita-se.


 

Como sair de um relacionamento tóxico?

15 janeiro, 2025


Os relacionamentos, sejam eles afetivos, familiares ou sociais, ocupam um espaço central na vida das pessoas. Não é à toa que, em 90% dos atendimentos terapêuticos, essa temática aparece como pauta principal. É um tema que traz à tona emoções profundas, especialmente quando estamos falando de relações tóxicas ou abusivas.


Hoje, vamos abordar como os relacionamentos podem impactar profundamente nosso bem-estar emocional e como reconhecer sinais de sofrimento é o primeiro passo para a cura.


Por que é tão difícil reconhecer o sofrimento?


Muitas vezes, temos o hábito de negar ou minimizar nossos sentimentos negativos. Isso acontece por diversos motivos: seja para nos protegermos de uma dor maior, seja para preservar uma imagem que queremos manter diante dos outros. Essa negação pode ocorrer em ambos os extremos:


  • Excesso de positividade: A supervalorização das conquistas e da alegria, que pode mascarar um vazio interno.


  • Fuga da tristeza: A recusa em admitir sentimentos como angústia, tristeza ou frustração.


É natural criarmos desculpas para justificar situações de sofrimento, tanto para nós mesmos quanto para os outros. No entanto, viver nessa ilusão pode durar anos, até décadas, e impedir nosso crescimento emocional.


A dor de enfrentar a verdade


Reconhecer que estamos nos enganando é um processo doloroso. Quando admitimos que algo não está bem, rompemos com a figura ideal que criamos de nós mesmos ou do nosso relacionamento. Essa quebra pode ser devastadora, mas também é libertadora.


Muitos relacionamentos tóxicos se mantêm porque atendem a outras necessidades emocionais ou materiais, como:


  • Status social


  • Segurança financeira


  • Preservação da família


Esses fatores podem levar o subconsciente a "perdoar" comportamentos prejudiciais, criando um terreno propício para o adoecimento emocional. Nesse contexto, sentimentos de impotência e frustração se tornam cada vez mais presentes.


Como quebrar o ciclo vicioso?


O primeiro passo é identificar suas fortalezas e potências individuais. Você é muito mais forte do que aquilo que dizem ou que as circunstâncias fazem parecer. Reconhecer o seu valor é fundamental para tomar iniciativa e mudar situações que lhe fazem mal.


A terapia desempenha um papel crucial nesse processo. Com a ajuda de um profissional, é possível:


  • Entender e validar seus sentimentos.


  • Desenvolver ferramentas para lidar com situações adversas.


  • Resgatar sua autonomia e confiança.



Durante este Janeiro Branco, convido você a refletir sobre os relacionamentos em sua vida. Estão eles promovendo seu bem-estar ou contribuindo para seu sofrimento? Reconhecer a verdade é um ato de coragem, e buscar ajuda é o primeiro passo rumo à sua saúde mental e emocional.


Lembre-se: você não está sozinho nesse caminho. A terapia é uma ferramenta poderosa para ajudar você a encontrar a paz e o equilíbrio que merece. Aproveite este mês para cuidar de si mesmo e transformar sua relação com o mundo à sua volta.


 

3 filmes para assistir no Janeiro Branco e refletir sobre saúde mental

8 janeiro, 2025


O Janeiro Branco é um mês dedicado à conscientização sobre saúde mental, incentivando reflexões sobre nossas emoções, relações e escolhas. Para ajudar nesse processo de reflexão, selecionei três filmes que abordam diferentes facetas da mente humana e suas complexidades. Prepare a pipoca e mergulhe em histórias que vão emocionar e inspirar sua jornada rumo a uma saúde mental mais equilibrada.


1. Divertida Mente (2015)


Essa animação da Pixar é muito mais do que um filme infantil; é uma lição sobre como lidamos com nossas emoções. A história acompanha Riley, uma garota de 11 anos, e as emoções que vivem dentro dela: Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e Nojinho. Quando Riley enfrenta mudanças em sua vida, suas emoções entram em conflito, mostrando como cada sentimento tem um papel importante na formação de quem somos.


Em 2024, a segunda edição do filme foi lançada, adicionando novas emoções, já que Riley chegou na puberdade e na pré-adolescência, sendo: Ansiedade, Tédio, Nojinho, Vergonha e Inveja.


Por que assistir?

“Divertida Mente” é uma jornada visualmente cativante e emocionalmente profunda, que ensina a valorizar todos os sentimentos – até mesmo a tristeza – como parte essencial do nosso equilíbrio mental. É um lembrete poderoso de que compreender nossas emoções é o primeiro passo para cuidar da mente.


2. Gênio Indomável (1997)


Esse drama clássico conta a história de Will Hunting (Matt Damon), um jovem gênio que trabalha como faxineiro em uma universidade. Apesar de seu talento extraordinário para matemática, ele enfrenta traumas profundos e conflitos emocionais que o impedem de aceitar seu potencial. Com a ajuda do terapeuta Sean Maguire (Robin Williams), Will inicia uma jornada de autoconhecimento e superação.


Por que assistir?

“Gênio Indomável” explora a importância das relações humanas e da terapia no enfrentamento de traumas. O filme é uma reflexão tocante sobre vulnerabilidade, resiliência e o papel do apoio emocional na cura.


3. Nise: O Coração da Loucura (2016)


Baseado em fatos reais, esse filme brasileiro narra a história da psiquiatra Nise da Silveira (Glória Pires), uma pioneira no tratamento humanizado de pacientes psiquiátricos. Na década de 1940, Nise rejeita os tratamentos agressivos da época, como eletrochoques, e introduz a arte e o afeto como ferramentas terapêuticas, transformando a vida de seus pacientes e revolucionando a psiquiatria no Brasil.


Por que assistir?

“Nise: O Coração da Loucura” é uma história inspiradora que nos convida a repensar conceitos de loucura, empatia e o papel da criatividade na saúde mental. O filme celebra a coragem de desafiar paradigmas e colocar o ser humano no centro do cuidado.


Esses três filmes trazem mensagens profundas e complementares sobre saúde mental, ajudando a compreender nossas emoções, valorizar a terapia e celebrar abordagens humanizadas. Durante o Janeiro Branco, reserve um tempo para assistir a essas obras e refletir sobre como podemos cuidar melhor da nossa mente e das pessoas ao nosso redor. Afinal, assim como nos ensina “Divertida Mente”, todas as emoções importam.

 

Janeiro Branco: Afinal, o que é saúde mental?

7 janeiro, 2025



Em janeiro, um movimento importante toma conta de espaços digitais e conversas: o Janeiro Branco. A campanha foi criada para promover a conscientização sobre saúde mental, convidando cada pessoa a refletir sobre a própria vida emocional e a abrir espaço para a prevenção de transtornos psicológicos. Mas, antes de falarmos sobre os impactos dessa iniciativa, é essencial responder à pergunta central: o que é saúde mental?


Definindo a saúde mental


De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde mental é um estado de bem-estar em que o indivíduo reconhece suas próprias capacidades, pode lidar com os estresses normais da vida, trabalhar de forma produtiva e contribuir para sua comunidade. Embora essa definição seja abrangente, ela também nos lembra que a saúde mental é mais do que a ausência de doenças; é sobre encontrar equilíbrio e sentido, mesmo diante dos desafios.


Na psicanálise, esse conceito ganha uma dimensão ainda mais profunda. Para Sigmund Freud, o "pai da psicanálise", a saúde mental está intrinsecamente ligada à capacidade de amar e trabalhar. Ou seja, é pela conexão com outros e pela realização de atividades significativas que criamos um alicerce para nosso bem-estar psíquico.


Janeiro Branco: um convite à reflexão


O Janeiro Branco surgiu no Brasil em 2014, idealizado pelo psicólogo Leonardo Abrahão. Inspirado no simbolismo do mês que marca o início de um novo ano, com suas páginas em branco e potencial para recomeços, a campanha nos convida a olhar para dentro, revisitar nossas emoções e priorizar o cuidado com a mente, principalmente tendo o acompanhamento de um psicólogo.

Em um mundo onde o ritmo frenético e a pressão por produtividade frequentemente silenciam nossas fragilidades, o Janeiro Branco é um lembrete de que nossa saúde mental merece tanto cuidado quanto nossa saúde física. É um convite a buscar ajuda, se necessário, e a normalizar conversas sobre temas como ansiedade, depressão e outros transtornos.


A visão psicanalítica sobre o cuidado mental


Renomados psicanalistas, como Donald Winnicott, enfatizaram a importância de espaços seguros para o desenvolvimento emocional. Para Winnicott, o cuidado emocional é construído a partir de relações significativas, onde há suporte para que o indivíduo possa explorar quem realmente é, sem medo de julgamento. Em um contexto de saúde mental, isso se traduz na importância de criar espaços onde possamos nos expressar autenticamente, seja em terapia, em conversas com amigos ou em momentos de introspecção.


Por outro lado, Carl Gustav Jung, com sua abordagem centrada no inconsciente, acreditava que a saúde mental também envolve integrar as partes desconhecidas de nós mesmos. Para Jung, o autoconhecimento é uma jornada essencial para encontrarmos equilíbrio e significado.


Por que falar sobre saúde mental importa?


Discutir saúde mental é um ato de coragem e empatia. Segundo dados da OMS, mais de 970 milhões de pessoas vivem com algum transtorno mental no mundo, e o estigma em torno desses temas ainda impede muitos de buscarem ajuda. Iniciativas como o Janeiro Branco abrem espaço para desconstruir preconceitos, acolher a vulnerabilidade e lembrar que todos, em algum momento, enfrentam desafios emocionais.


A saúde mental não é um destino, mas um caminho que percorremos diariamente. E nesse percurso, a reflexão, o autocuidado e o suporte são nossos maiores aliados.

 

Lugar de Mulher: Resgatando a Identidade Feminina

21 dezembro, 2024



Historicamente, a figura da mulher passou por diversas transformações ao longo dos séculos. No entanto, trabalhar, cuidar da casa e se desdobrar em uma infinidade de papeis sempre pareceu ser uma constante. Com a ascensão dos movimentos feministas, as mulheres conquistaram espaço para ressignificar seus direitos e o lugar que ocupam na sociedade.


Mas, em meio a tantos estigmas atribuídos ao gênero feminino desde o nascimento, surge uma questão essencial: como resgatar a identidade de cada mulher? Onde se encontra a essência feminina?


A Busca pela Identidade em um Mundo de Estereótipos


A construção de estereótipos em torno da figura feminina coloca mais uma missão nas mãos das mulheres: a de encontrar um rastro de identidade autêntica em meio a padrões e expectativas sociais. Diferentemente das obrigações impostas pelo sistema, essa é uma jornada voltada para a própria saúde mental e bem-estar.


Simone de Beauvoir, uma das principais vozes do feminismo moderno, afirma: “Não se nasce mulher. Torna-se mulher.” Esta frase reforça que a identidade feminina não é algo dado, mas sim construído e continuamente moldado pelas experiências, escolhas e reflexões de cada indivíduo.


Um Novo Significado para o “Lugar de Mulher”


Repensar o conceito de "lugar de mulher" é essencial para uma sociedade mais inclusiva e igualitária. Esse lugar, hoje, não pode ser imposto ou delimitado; deve ser escolhido por cada mulher, de acordo com seus sonhos, habilidades e desejos.


A reconstrução da identidade feminina exige coragem para enfrentar estereótipos e buscar uma vida alinhada à própria essência. E isso não é apenas uma vitória pessoal, mas também um passo importante para transformar a visão coletiva sobre a perspectiva de gênero.


No mundo atual, ser mulher significa abraçar a complexidade de papeis, direitos e desafios. Mais do que nunca, é fundamental que as mulheres tenham a liberdade de redescobrir suas identidades e ocupar os espaços que escolherem, sem as amarras de estigmas e padrões impostos.


A reflexão sobre o que é ser mulher é um convite para todos: mulheres, homens e a sociedade como um todo. Que possamos juntos construir um mundo onde cada pessoa tenha o direito de ser, de forma plena e autêntica, quem realmente é, sem que a saúde mental seja onerada por isso.

 

TEPT: O que vem depois do trauma?

12 dezembro, 2024



O Transtorno do Estresse Pós Traumático, ou apenas TEPT, é o termo utilizado para um conjunto de sintomas ou quadro diagnóstico após um evento com altos níveis de estresse.

Os sintomas do TEPT podem incluir flashbacks, pesadelos, ansiedade, depressão e isolamento social, além de ser comum encontrar comportamentos como abuso de drogas e álcool, fobias e crises de pânico.


Embora o TEPT possa ser uma experiência desafiadora, é importante lembrar que a cura é possível. Com o apoio de um profissional capacitado, pacientes enfrentando esse desafio podem aprender a gerenciar seus sintomas e reconstruir suas vidas a partir de uma nova perspectiva.


Reconhecendo o Trauma


O primeiro passo para a cura é reconhecer que você passou por uma situação traumática. Isso pode ser difícil, especialmente se você tentou suprimir suas emoções ou fingir que nada aconteceu, como nos é ensinado. No entanto, esse momento de aceitar o que foi vivido, que - infelizmente - foi real, e que é normal sentir dor e sofrimento.


Aceitando a Dor


Uma vez que você reconhece o trauma, é importante aceitar a dor que ele causou. Isso significa permitir que você sinta suas emoções, mesmo que sejam difíceis. Evitar suas emoções não ajuda em nada no processo.


Elaboração do Trauma


A elaboração do trauma é o processo de dar sentido à sua experiência. Primordialmente, elaborar uma situação diz respeito a falar exaustivamente sobre ela, principalmente dentro de um espaço terapêutico, com seu psicólogo. Mas, isso também pode envolver falar com outras pessoas, escrever sobre suas emoções ou participar de um grupo de apoio. A elaboração pode ser um processo longo, desconfortável e difícil, mas é essencial para a cura.


Descobrindo-se e Compreendendo-se


Ninguém sai ileso de uma situação de altíssimo estresse que deixou essa marca. Estamos em constante mudança pelo simples fato de estarmos vivos, e com o trauma não seria diferente. É importante descobrir quem você se tornou após a experiência e aceitar essa nova versão de si mesmo. Isso pode envolver explorar seus interesses, valores, afetos, gostos, personalidade e tudo que está ao seu redor.


A energia da elaboração do trauma pode - e deve - ser maior do que a do evento traumático em si. É preciso propor um deslocamento dessa carga traumática para que ela se transforme em energia de vida. Mas, lembre-se: não é preciso enfrentar o trauma sozinho. Há muitas pessoas que podem te ajudar, incluindo amigos, familiares, terapeutas e grupos de apoio. Procurar apoio pode fazer uma grande diferença em sua jornada de cura.

 

Envelhecer: Um Convite à Vida Diferente

26 novembro, 2024



Encarar o envelhecimento pode ser desafiador. É natural que, em algum momento, nos deparemos com o medo da finitude e da falta de controle sobre o que está por vir. Essa reflexão é tão humana quanto essencial para nossa evolução emocional.

Mas, afinal, como você tem lidado com o envelhecimento? Um tema que, apesar de inevitável, é frequentemente carregado de angústia e resistência.

O que é o envelhecimento?

Do ponto de vista da psicologia, o envelhecimento é um processo natural e contínuo, marcado por declínios graduais no corpo e na mente. É o momento em que nos tornamos menos capazes de realizar certas tarefas e enfrentamos perdas em nossa autonomia.

Sim, é desafiador. Essas mudanças podem ser interpretadas como pequenas despedidas do que um dia fomos. Porém, é importante destacar:

Envelhecer não é o oposto de viver. É uma maneira diferente de viver.

O papel da adaptação psicológica

O envelhecimento exige de nós algo profundamente humano: adaptação. É o período da vida que mais nos convida a ajustes conscientes e à aceitação. Não se trata de uma resignação passiva, mas de um movimento ativo para ressignificar quem somos e o que valorizamos.

Muitas vezes, nos pegamos lamentando aquilo que já não somos capazes de fazer. Isso é natural, mas pode dar lugar a uma nostalgia que, embora rica em memórias, também pode nos desconectar do presente.

Aceitar o envelhecimento é um ato de coragem e sabedoria. É descobrir o que ainda permanece vivo e encontrar prazer nisso.

Ressignificar a vida na velhice

Envelhecer não precisa ser sinônimo de desistência ou apatia. Pelo contrário, pode ser um período de:

  • Redescoberta de prazeres: Um hobby antigo que ganha novos significados ou até o aprendizado de algo totalmente novo.

  • Ajustes de sonhos: Adaptar seus sonhos e vontades ao momento presente, sem abrir mão de sonhar.

  • Acolhimento de mudanças: Reconhecer que opiniões, prioridades e ritmos podem (e devem) mudar.

A velhice como terreno fértil para emoções

Ao contrário do que muitos pensam, a velhice não é uma linha de chegada nem um espaço árido de emoções. Ela pode ser um momento de vida plena, cheia de significados e aprendizados.

Sim, a vida é finita. Mas isso não diminui sua riqueza. Envelhecer é também celebrar o que foi vivido e abrir espaço para novas formas de viver.

Um novo olhar sobre o envelhecer

A maneira como encaramos o envelhecimento é decisiva para a qualidade dessa fase da vida. Transformar lamentações em adaptações e nostalgia em celebração nos permite viver com mais leveza e propósito.

O convite é claro: viver diferente não é viver menos. Que possamos encarar o envelhecimento como um período de novas descobertas, com a consciência de que, mesmo diante das limitações, há muito o que florescer.

E você, como tem ressignificado o envelhecer?


 

Solidão e Desamparo: por que entender a diferença transforma a forma como lidamos com o vazio?

26 novembro, 2024



É comum que o conceito de solidão seja frequentemente mal compreendido, afinal, geralmente ele vem associado a um sentimento de abandono ou tristeza. No entanto, é essencial diferenciar este e outro termo que, embora próximos, têm significados distintos: solidão e desamparo.


O que é solidão e desamparo?

Solidão é a sensação de sentir-se desconectado, seja dos outros, do mundo ou de si mesmo. Ela não se refere apenas à ausência de companhia física, mas também a um sentimento subjetivo de isolamento, mesmo quando se está cercado por pessoas. É aquele espaço que surge quando estamos fisicamente ou emocionalmente separados uns dos outros. 


O desamparo, por sua vez, é a ausência de recursos para lidar com essa tal desconexão. É sentir-se perdido diante do vazio, incapaz de acolher a solidão como uma experiência de aprendizado ou transformação.


Esses sentimentos podem se manifestar de formas diferentes, dependendo das vivências e do contexto social:


Para mulheres, por exemplo, a solidão geralmente está relacionada a pressões sociais. O estigma de “estar só” é reforçado pela expectativa de constante companhia, seja em relacionamentos, seja em círculos sociais.

Para homens, o desamparo emocional costuma ser mais presente. A cultura de repressão dos sentimentos desde a infância dificulta o compartilhamento de vulnerabilidades, criando um isolamento que não é apenas físico, mas também interno.

Um novo olhar sobre a solidão

E se a solidão pudesse ser vista como um convite para o autoconhecimento?


Aceitar o vazio pode ser o primeiro passo para uma relação mais íntima consigo mesmo. Estar só não precisa ser um momento de ausência, mas um chamado para o encontro com o próprio interior.


A solidão, quando acolhida, torna-se um espaço de pausa, de reflexão e de reconexão. Mas, é claro, se permitir viver essas experiências de forma consciente é abrir portas para um relacionamento mais profundo com quem mais importa: você.


O vazio como oportunidade

Transformar a percepção da solidão requer prática, mas ela nos ensina algo valioso: nem todo espaço vazio precisa ser preenchido. Às vezes, o silêncio é exatamente o que precisamos para ouvir o que há dentro de nós.


O processo terapêutico pode te ajudar nessa e em outras demandas. A queixa da solidão é bastante comum no meu consultório, mesmo quando o paciente está dentro do contexto de um relacionamento, seja afetivo, familiar. 


O primeiro passo para endereçar essa questão é aceitar que a solidão faz parte do processo, e que o desamparo pode ser ressignificado com autoconhecimento e direcionamento de um psicólogo. Para agendar uma sessão experimental comigo, acesse:


Da próxima vez que se sentir só, pergunte-se: o que este momento está me oferecendo?

 

Saúde mental no trabalho: estamos ouvindo o nosso limite?

10 outubro, 2024



10 de outubro, Dia Internacional da Saúde Mental


Nos últimos anos, a saúde mental no ambiente de trabalho se tornou um tema central nas discussões sobre bem-estar e produtividade. Com o aumento da pressão por resultados e a velocidade das mudanças, muitos profissionais se encontram à beira do esgotamento. Dados recentes de um estudo Internacional Stress Management, mostram que o Brasil é o segundo país com mais diagnósticos de síndrome de burnout, refletindo a necessidade urgente de priorizar a saúde mental dos trabalhadores.


A Organização Mundial da Saúde (OMS), reconheceu o burnout como uma condição ocupacional, destacando a importância de ambientes de trabalho saudáveis. Em 2023, o afastamento de profissionais por questões de saúde mental aumentou em 20%, segundo pesquisa da It'sSeg Company, corretora de benefícios. Uma estatística que não pode ser ignorada.


Além disso, a nova Lei da Saúde Mental, Lei 14.831/2024, estabelece diretrizes para que as empresas promovam o bem-estar emocional dos colaboradores. Isso inclui a implementação de programas de apoio psicológico, a promoção de um ambiente seguro e a valorização da saúde mental da mulher no trabalho. Essas mudanças são essenciais para prevenir o estresse crônico e as doenças associadas, como a ansiedade e a depressão.


Mas o que podemos fazer, individualmente e coletivamente, para cuidar da nossa saúde mental no trabalho? A resposta é investir no desenvolvimento da liderança. Um bom líder é aquele capaz de promover segurança psicológica na sua equipe. Um bom líder é aquele capaz de fazer com que cada uma das pessoas da sua equipe se sintam seguras psicologicamente, porque é isso que vai evitar a questão do século, que é a questão de saúde mental. 


Saúde mental não é questão secundária, é a questão principal. Antes até de você trabalhar hard skill (habilidade técnica), você precisa trabalhar soft skill (habilidades comportamentais e interpessoais). Pessoas que estão bem emocionalmente produzem mais, se conectam, entregam, vivem aquele ambiente. 


Então, segurança psicológica é quando eu posso ser eu mesmo, no ambiente em que eu estou. Quando eu posso me comunicar no ambiente em que eu estou, sem medo de ser perseguido, ou seja, com confiança de que eu estou fazendo uma construção de verdade nesse espaço e eu posso ser eu mesmo, sem que isso gere constrangimento, sem que a minha promoção ou meu plano de carreira seja comprometido, porque eu sou essa pessoa.


Cultivar uma cultura de diálogo, apoio e incentivar a abertura sobre questões emocionais, promovendo pausas regulares, buscando equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional, são passos que podem fazer a diferença. 


Convido você a refletir sobre sua própria saúde mental no trabalho. Que estratégias você pode adotar para cuidar de si mesmo? E como você pode contribuir para um ambiente mais saudável ao seu redor?


Neste Dia Mundial da Saúde Mental, vamos nos comprometer a cuidar uns dos outros e a criar locais de trabalho que promovam o bem-estar de todos. Faça terapia e peça ajuda. Você não está sozinh@!



Escrito por: Psicólogo Renan Pimenta, 10 de outubro de 2024. 


@renanpimentapsi



 

4 pilares para ter conversas difíceis

28 maio, 2024


Se comunicar está longe de ser a tarefa mais fácil a ser feita. Talvez uma das mais difíceis para a humanidade. Em muitos momentos podemos nem conseguir distinguir o que sentimos e isso não facilita com que nos comuniquemos de maneira eficaz.

Em outros momentos, podemos acreditar que não falar resolverá o problema. É claro, em determinadas situações isso realmente pode acontecer. Noutras, é quase como guardar madeira em bacias de água. A proporção aumenta e o problema incha a ponto de não caber.

Sabe aquela sensação de guardar, guardar até não aguentar mais e expressar o que sente de maneira explosiva, chorosa ou mesmo sem paciência? É disso que estamos falando!

Quero que você compreenda que o que pretendo citar aqui, não são simples técnicas, mas ferramentas para que você consiga estabelecer comunicações com os outros - mas também com você.

PASSO 1 - SUSPENSÃO DE JULGAMENTOS


É preciso compreender como vemos a outra pessoa e que tipo de avaliação fazemos a respeito dela.


Para que a comunicação possa funcionar, é preciso reconhecer o outro sem que ele seja taxado por nós, colocado em alguma caixinha ou classificado.


Se nas nossas conversamos apontamos a nossa avaliação sobre a outra pessoa (exemplo: "você é egoísta e só pensa em você"), mesmo que seja verdade e que este seja o ponto, é muito mais fácil que a pessoa se torne resistente e defensiva do que compreenda o que você quer dizer.


PASSO 2 - IDENTIFICAR SENTIMENTOS


Quando algo acontece e se refere a relação com outra pessoa, é comum que nós sintamos algo. Entender o que se passa em nós é importante não para responsabilizar outra pessoa por ter desencadeado isso, mas para compreendermos como o que aconteceu balança nossos afetos. O que isso me gera?


Exemplo passo 1 e 2: (1) Percebo que temos conversado pouco e (2) isso me deixa triste.


PASSO 3 - RECONHECER NECESSIDADES


Se pararmos apenas no "o que você fez me causa tristeza" deixamos a responsabilidade da comunicação na mão do outro. É preciso entender o que NÓS queremos. Ou seja, quando o outro faz determinada coisa qual necessidade MINHA não é atendida?


Exemplo 3: necessidade de ser amado, de segurança, confiança e outros.


PASSO 4 - FAZER PEDIDOS ESPECÍFICOS


É importante termos em mente o que pode ser feito para solucionar • problema que reconhecemos e saber o que queremos para que este possa ser resolvido. Se não souber, vocês podem achar juntos a solução, mas não deixe seus desejos em entrelinhas. Seja específico no que quer, só assim o outro poderá compreender sua real necessidade.


Exemplo 1, 2, 3 e 4: (1) percebo que temos conversado pouco e (2) isso me deixa triste. (3) sei que você me ama, mas isso faz com que eu pense que tenho sido menos amado. (4) Gostaria que você se aproximasse mais. Você acredita ser possível?


ESTE NÃO É UM MANUAL; RELAÇÕES SÃO COMPLEXAS.


É claro que nossas conversas não são robóticas. Há espaço pro outro discordar, não atender nossos pedidos e precisaremos lidar com isso também. Tendo em mente esses 4 pilares, mesmo que a conversa se desdobre, vocês poderão chegar noutras possibilidades que permitam uma conversa respeitosa e assertiva.


TENHA EM MENTE QUE MAIS DO QUE COMUNICAR, É PRECISO SABER OUVIR.



Agora me conta, qual desses "passos" você acredita ter mais dificuldade para colocar em prática?


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Estamos na era do autodiagnóstico

28 maio, 2024






No cenário contemporâneo, o que salta aos olhos no que tange à medicalização do sofrimento psíquico é exatamente que o sujeito é incessantemente levado a ter prazer por meio do consumo de objetos.

Tendo em vista que ele próprio, o sujeito, tornou-se um objeto do capitalismo.

Isso está atrelado a facilidade de informações que a internet nos traz. E não quero dizer aqui que essa tecnologia é ruim, pelo contrário. No entanto, o conteúdo da internet deve ser usado com cuidado e parcimônia. Qualquer diagnóstico deve ser feito com base em muitos critérios, há um percurso a ser percorrido até que o médico, psicólogo ou outro profissional da saúde encontre “um nome” para determinado padrão.

O mais indicado é procurar ajuda especializada desde o início de sua preocupação. Se estiver estranhando o modo como tem se comportado, se tem se sentido “diferente”, não fique apenas com as informações das mídias (internet etc), procure um bom profissional.

E se precisar de ajuda para entender melhor o que está acontecendo, me chame aqui ou no WhatsApp da clínica, mas entre em contato com um profissional para te acompanhar e para avaliar sua preocupação.

Você merece ter uma vida que vale a pena ser vivida. Para isso, você precisa transformar a sua realidade. Não fica sem ajuda, combinado?


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Será que essa dor passa?

28 maio, 2024



Um dia, falando sobre coisas que nos machucam (ditos especificamente), me perguntaram se aquilo   que se escutou pararia de doer. Ou seja, alguém disse algo que te machucou e toda vez que você lembra ainda dói. Será que passa?

Quando se está em análise, e existe a possibilidade de falar sobre isso (falar muito… muito mesmo), o   que acontece não é que a ferida deixa de existir, mas que ela não controla mais a sua vida.

Vejam, durante uma análise nós não mudamos o passado. Isso é impossível! Mas é possível mudar a   narrativa, ressignificar toda essa história, criando novas possibilidades de se tornar cada vez mais  você e menos suas dores.


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Pode a ansiedade e a depressão ser um aspecto saudável?

28 maio, 2024

Faz parte do ser humano querer fugir da dor e do desconforto. Mas você já parou pra pensar que por trás, por exemplo, da ansiedade e da depressão pode estar um aspecto saudável seu? Pois é! Esse aspecto pode estar tentando te mostrar aquilo que você ainda não percebe sobre você e para que você não se desintegre da sua essência. Bom… assiste esse vídeo que eu te explico melhor essa história!

Quer fazer terapia comigo? Mande uma mensagem e vamos juntos nessa!



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Depressão vs Opressão

28 maio, 2024

Eu quero nesse vídeo ser convite, ser aterramento para o que está te deixando flutuando em mares violentos e ser o desconhecido possível e sustentável.

Ser ouvido e pedir ajuda para clarear o que está escuro demais, é um ato de coragem.

O convite está feito; respeite seu tempo e suas vontades e vamos juntos nessa 🤎





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Experienciar a Ansiedade: um ato de coragem

28 maio, 2024

A coragem para enfrentar o sintoma da ansiedade está na forma como você enxerga ela. Muitas vezes, quando ouvimos que as emoções que são “ruins” ou “negativas” precisamos “sacudir a poeira e dar a volta por cima”, não é?; porém, ao sentir a crise e se perguntar por qual motivo ficou dessa forma, serve para você amadurecer o seu autoconhecimento e seus limites.

Se respeite e respeite suas vontades. Já vivemos num mundo cruel o suficiente para colocar nossas emoções como nossas inimigas. Se acolha e procure ajuda!

E se você leu até aqui, me conta, você acha que é uma pessoa ansiosa? O que faz para aliviar suas crises?

No vídeo abaixo, conto mais sobre esse assunto:



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Tem crises de ansiedade? Isso pode te ajudar! #boraescrever

28 maio, 2024

Se você se propor a seguir o que te contei aqui, a sua relação com a crise de ansiedade mudará.

Salva esse vídeo para assistir novamente e depois volta aqui pra me contar como foi essa experiência pra você.

E claro, se lembrar de alguém que precisa assistir esse vídeo, envia pra ela. Vamos juntos por uma comunidade mais saudável e menos ansiosa 🤎